sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O que espera o Metrô


O Pelotas, está radiante. Não só pela esplêndida campanha no Gauchão, onde peitou o Internacional por uma vaga na final, mas pela gangorra local. Embora esteja na Série D, o Pelotas se deleita com a honraria de ser o único representante da cidade na primeira divisão do Estadual. Na Rua Anchieta, acesso às sociais, uma placa indica, em tom de provocação, o endereço do representante pelotense na elite do futebol gaúcho. Às vésperas dos 102 anos, o clube mais antigo da cidade se cristalizou na alma de Pelotas. Tanto que nenhum protagonista pode ser maior do que a instituição, como prova a pintura em homenagem a Michel Bastos nos muros do estádio. Não há como reverenciar o lateral-esquerdo do time de Dunga sem reconhecer o clube. No futebol de Pelotas, não existe espaço ao vulgar culto à personalidade. Na recém-concluída arquibancada da Rua Doutor Amarante, uma espécie de desterro atrás das traves às torcidas adversárias, o Pelotas delimita território. Pichações insultam como “torcedores de sofá” os pelotenses que se deixam seduzir pelos gigantes da capital. Não há maior traição aos valores da terra do que ver um tipo nascido aqui se refestelando pela dupla Gre-Nal. É uma adaga no coração pelotense. E é a força desta tradição, aliada ao frio glacial, que espera o Metrô.

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