sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Um século de paixão Aureo Cerúlea



Quando nasceu, no dia 15 de agosto de 1908, a única certeza que o pequeno Renalto Palombo tinha é que no futuro seguiria a profissão do pai e dos irmãos. Seria alfaiate. E foi isto que fez por mais de meio século.
Mas ele tinha apenas 56 dias de vida quando nasceu uma paixão que contagiou sua família e convive paralelamente a sua vida por mais de um século.
O E. C. Pelotas.
Seu Palombo, como é conhecido por todos na cidade, guarda viva na memória lembranças remotas. Como por exemplo a invasão de Pelotas por Zeca Neto na Revolução Federalista de 1923, e lembra de ver Getúlio Vargas e Franklin Roosvelt passarem em carro aberto na sua frente em plena década de 30, no Rio de Janeiro.
Palombo sempre gostou de corrida de cavalos e mulheres. Mas se tem uma coisa que faz os olhos azuis do seu velho centenário brilhar é quando ele fala do seu querido E.C. Pelotas. Rapidamente lhe vem escalações e jogos de 70, 80, e até 90 anos atrás. Ele assistiu o Áureo-Cerúleo vencer o campeonato gaúcho em 1930 contra o Grêmio de Porto Alegre. Também lembra que o troféu só foi entregue vinte anos depois e foi uma festa na cidade. Seu Palombo viveu o auge do Lobão na década de 70 e viu o seu time do coração cair para a segunda divisão na década de 90 sem nunca duvidar do seu amor pelo clube que acompanha há mais de cem anos.
Esta semana falei com o seu Palombo no Café Aquários, local que ele frequanta diariamente desde o dia da fundação em 1942. Ele está confiante este ano com seu querido Pelotas.
_Perder para o Grêmio é normal hoje em dia. Não é igual naquela época(1930) em que ficamos campeões em cima deles. Hoje eles tem muito dinheiro. Mas nos próximos jogos a gente se recupera.
Seu Palombo, mesmo no auge de seus 102 anos ainda tem ânimo para tocar uma flauta nos seus amigos xavantes que frenquentam o Café Áquários.
_Eu e o meu querido Pelotas somos de primeira.
Este é um símbolo para a torcida do E.C. Pelotas. Os clubes oferecem tantas honrarias e as vezes não lembram de uma figura emblemática como o seu Palombo para fazer uma homenagem. Jogadores, torcida e diretoria devem se espelhar na persistência, lucidez e experiência do velho que viveu mais que o próprio clube. É um segredo de sucesso - e longevidade.
fonte: http://wp.clicrbs.com.br/retratosdavida/2010/01/21/um-seculo-de-paixao-aureo-cerulea/

1 comentários:

Manoel Magalhães disse...

Excelente texto!!!! De emocionar!!! Parabéns, amigo!

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